O Anjo (muito) Bom da Bahia
Irmã Dulce dos Pobres:
a Bahia agradece.
terça-feira, 17 de maio de 2011
ANTIPATIA
- De onde você conhecia a vítima?
- Eu nunca vi esse homem na minha vida! Eu juro! - Calma, rapaz, não precisa se alterar. Apenas colabore.
- Mas eu já disse que...
- Vamos até a delegacia, lá a gente senta, conversa com calma, toma um café...
João sabia que era inocente, mas o olhar do detetive parecia lhe dizer o contrário.
- Venha, rapaz, será coisa rápida, coisa de dez minutos.
João se aproximou da viatura, o detetive abriu a porta. Entraram.
- Puxa pra delegacia, Torão! Gosto de gente assim, decidida a colaborar com a polícia.
João abriu a porta do carro e se atirou.
- Pára o carro, Torão! Aquele filho da mãe escapou!
Na queda, torceu o pé, mas ignorou a dor e começou a correr.
- Malandro, eu sabia que tinha culpa! Aquele desespero todo! Manda chamar as outras viaturas, Torão! Quero cercar esse vagabundo!
João não podia imaginar que aquele bêbado caído no meio da calçada estivesse morto.
- Chefe, o cara é bom de fuga! Já vasculhâmo o bairro todo e nada.
- Não interessa, Torão! Eu só volto pra delegacia com esse vagabundo algemado!
O suor escorria pela testa, já deveria ter corrido alguns quarteirões e não agüentava dar nem mais um passo. Parou, olhou a sua volta. Parecia um beco. Sentou um pouco para aliviar a dor e acabou adormecendo. Quando acordou...
- Eu vou chamar o médico.
A enfermeira saiu. Alguns segundos depois, um médico entrou no quarto.
- Como se sente, rapaz?
- Melhor.
- É bom que esteje mesmo.
Disse o detetive empurrando a porta.
- Não, doutor, não deixe que ele me leve! Eu sou inocente! Eu juro!
Preocupado com a situação do paciente, o médico tentou argumentar:
- Eu não aconselharia levar o doente agora para a delegacia. Acho que ele deveria passar mais uma noite aqui em observação.
- Doutor, isso se trata de um elemento perigoso...
- É mentira! Eu sou inocente! Eu nunca tinha visto aquele homem na minha vida!
- Torão! Prepara a viatura pra gente levar o homem!
- Sinto muito, mas o paciente não pode sair do hospital nesse estado.
- Doutor, é melhor o senhor não se intrometer no trabalho da polícia.
Na delegacia, João foi levado para uma sala e amarrado a uma cadeira.
- Eu chamei vocês aqui pra dar as boas vindas ao rapaz.
O detetive se encostou na parede e fez um sinal para os policiais que partiram para cima de João com socos, chutes e coronhadas. De nada adiantava os gemidos e os pedidos de clemência.
- Ô chefe, o cara não tá... Ihhh! O cara não tá respirando mais não!
- Morreu? Por causa de uma surrinha de nada?
- Eu acho que a gente exagerou!
- Que nada! Leva o presunto daqui!
E o corpo de João saiu carregado por dois policiais.
- Chefe!
- Fala, Torão.
- Eu acho que o homem tava falando a verdade! Ele era inocente mesmo.
- Eu sei disso. É que eu não fui com a cara dele!
(18/01/04)
origem da foto:blow-mind.blogspot.com
domingo, 1 de maio de 2011
Poesando
Poesia a gente faz quanto tem coragem
quando tem verdade
quando tem vontade
ou quando não tem nada pra fazer.
Pronto. Fiz!
origem da imagem:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijCQg8bFkl8GBySPyn2NIboifTwDgY6brnfsAPa-BLDimP7E7fpoaSY7NHkiqvRUTGi7F_0w_zvSKAUhAwj-jJ4yUEqzdEiaw2cHJkASToidw-Rfgxre1rwX8vyCM_lY4wNZfchGIHtd8/s1600/ocio.jpg
Read More
quando tem verdade
quando tem vontade
ou quando não tem nada pra fazer.
Pronto. Fiz!
origem da imagem:https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEijCQg8bFkl8GBySPyn2NIboifTwDgY6brnfsAPa-BLDimP7E7fpoaSY7NHkiqvRUTGi7F_0w_zvSKAUhAwj-jJ4yUEqzdEiaw2cHJkASToidw-Rfgxre1rwX8vyCM_lY4wNZfchGIHtd8/s1600/ocio.jpg
Assinar:
Postagens (Atom)
