segunda-feira, 29 de março de 2010

BANANAS only BANANAS (O tributo)

                                                                                                                                                             
Bananas são só bananas
Amarelas ou verdes, apenas bananas
Compridas ou curtas, somente bananas



 
Bananas de Carmem
Mirandas bananas
Bananas da terra
Fritas bananas



Bananas da prata
Dinheiro bananas
Bananas nanicas
Chiquitas bananas




 

Frutas amarelas ou verdes são elas
Da cor da bandeira do solo varonil
Salve as bananas
De todo o Brasil






(23/06/00)



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sábado, 27 de março de 2010

RACISMO MULTICOLORIDO












Negão, neguinha, moreninha, mulatinha, de cor, escurinha, preta, preta, pretinha
Ah, preconceito, você inventa cada uma pra se disfarçar...
Tudo para “não ferir”, “não machucar”


Preto? Isso é cor de objeto: sapato preto, lápis preto...
Gente é negro
Negro é cor de pele
Bonita e forte!


Mulher negra, homem negro,
Pele Negra!
Com muito orgulho!


Não só pra jogar capoeira
Fazer cocada e acarajé
Ou sambar pra gringo ver



É raça de valor muito grande
Valor que vem de longe
E vem de muitos tempos
Nem só de sangue, senzala e sofrimento é feita a sua história




Ô, gente,
 já tá na hora de sair do escurinho do preconceito
 E amorenar a “igualdade branca”
Vestir a camisa “100% NEGRO”
Fazer rastafari no cabelo
Endeusar orixás
Ou fazer odes ao vatapá
Não é suficiente não.

 

E tem mais: já deu esse lance de novela de escravidão ou atores negros fazendo papel de empregado, de chofer, de criminoso...



Não dá mais, falou? Parem de repetir o que nunca deveria ser lembrado e muito menos copiado
Chega a ser gozado: cenário moderno com preconceito ultrapassado



Tantas cores, um arco-íris étnico
Uma diversidade humana
E uns idiotas que ainda persistem na idéia da tal “superioridade”



Ei, vocês, idiotas do preconceito, olhem pra sua "cor"
E me digam quando e onde foi que Deus falou
que ela é superior?











origem da foto:http://www.mantiqueira.inf.br/mantiqueira_escola/voce_sabia/rostos.jpg

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terça-feira, 23 de março de 2010

In God we trust



Eu acredito em Deus.
Graças a Deus!
E você?
Maomé, Olorun, Buda, Allah, O Messias...
Uma energia interna ou superior, uma pedra, uma estrela...
Afinal de contas, ninguém merece ficar sozinho, né?
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domingo, 21 de março de 2010

Anos-luz...de velas

Que mania o povo tem de chamar a Idade Média de período das trevas! E o nosso famoso apagão há alguns aninhos atrás, alguém já apagou da mente? Pois é, hoje fiquei saudosista e resolvi postar um texto-retrato em preto e preto (pois não tinha luz) no Babkando. Ai,ai....






Olha lá no céu!

O que é aquilo? É um pássaro? É um avião?

Não, é o Apagão!

Corre, minha gente!Corre, minha senhora!

Desliga a televisão!Apague a luz!

Tire a geladeira da tomada!Desligue o som e o telefone sem fio!

Morra de calor, mas desligue o ventilador!

Ar-condicionado? É coisa de alienado.

Vamos, rápido, minha gente! Ele já está chegando.

Crianças! Fiquem quietas para não gastar energia!

E corre, minha senhora, desligue o chuveiro elétrico!

Tomar banho gelado no inverno é muito mais gostoso.

Pronto? Desligou e apagou tudo?Muito bem! Pegue a sua família e saia de casa.

Mas só abra a porta de uma vez só que é pra não gastar energia.

Você mora no 33º? Bobagem. Pra quê elevador?

Descer de escada é muito mais divertido.

Chegou o Apagão!

Tudo escuro. Um verdadeiro “No escurinho do cinema, chupando drops de anil...”

Ah, que romântico... É um Apagão de primeira!Não dá pra ver nada!

Não dá pra ver se alguém perdeu o mandato, o preço da gasolina que subiu, o que vai ser privatizado, não dá nem pra ver a Seleção Brasileira que há muito tempo que está no escuro...

Olha, cuidado com os ladrões, minha gente carioca!

Olha, cuidado com os buracos, minha gente baiana!

Olha, cuidado com os políticos, povo de Brasília!

Apagou-se o que era doce.

E agora? Para onde iremos?

Onde está Wally?

Calma, leia nos classificados e...Mas acenda uma vela!

Pronto. Está vendo aí que beleza de anúncio?

“ Água na fonte. Canto dos Pássaros.

Nada de luz, telefone, só o contato com a Mãe Natureza...

Loteamento Cavernas El Dourado

Longe de tudo, longe de todos, nada de civilização barulhenta...

Luz agora é coisa do passado.

Loteamento Cavernas El Dourado

O Apagão nasceu aqui.



(27/05/01)







origem da foto: http://brasiliamaranhao.files.wordpress.com/2009/08/apagao.jpg
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sexta-feira, 19 de março de 2010

Dia de pessimista












Sabe o que significa casamento?
O início do fim.



Se sou casada? Se quero casar?

Bem, só há um fim do qual eu não posso fugir



Mas esse ainda está longe
(tenho muita fé e esperança e de quebra um acordo com Deus)


Tenho muito o que aproveitar assim como uma pena no ar (até rimou):
livre, leve e solta


Fim? Só se for o fim dessa cropoe


Casamento? Só pra quem gosta de morrer cedo
Ou, em outras palavritas, só pra quem gosta do fim


Eu? Eu sou “o início, a verdade e a luz”


Ah, e solteira! (curtidora de plantão, é claro)


(19/03/10)
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terça-feira, 16 de março de 2010

Paixão perigo

Nutria uma paixão por alguém que nem sabia que existia



Sabia da sua existência



Mas não da existência da sua paixão



Qualquer movimento ou palavra do outro era o suficiente para acordar o "monstro da paixão"



Monstro por ter uma força maior do que a que deveria ter



Incontrolável, atormentadora, uma enxaqueca constante nos dias que deveriam ser normais



Como declarar, gritar e se livrar do monstro?



Sabia que se fizesse isso, "ele" seria o monstro e nunca mais veria o objeto de sua paixão. Talvez doença, pois já estava lhe causando enxaqueca...



A vida passava, ele vivia, sua mente pensava e não deixava esquecer um mínimo detalhe do momento quando se encontraram



Mente malvada: se juntava com o monstro e o torturavam dia e noite.



O sorriso, o olhar, o toque, tudo se repetia como um ritual na sua mente.



Será que com tanta gente nessa caminhada da vida tinha que tropeçar justo no caminho dessa pessoa? Um anjo de beleza ou um diabo tentador?



“Não importa”, gritava o coração que já estava totalmente envenenado pela mente e dominado pelo monstro.



Todo o seu ser lutava contra ele mesmo, na tentativa de fazê-lo cometer o absurdo dos absurdos para satisfazer o seu desejo... Não! Não era um desejo puro e simples, não era só o físico que lhe interessava! Era mais, era maior, era bonito. O desejo era um pedaço daquilo que sentia e não sabia definir, só sentir, mas o sentia com responsabilidade, apesar das forças internas dizerem o contrário.



Um turbilhão de imagens e sons e palavras e fantasias e não parava de pensar na pessoa que nem pensava nele. Quando falava com ele, falava como se ele fosse um conhecido qualquer ou um vizinho que acabou de encontrar no elevador. Não havia espaço para declarações, bilhetinhos, amigo-cupido, dentre outros recursos de um apaixonado desesperado.



Quanto tempo aquilo poderia durar? Poderia suportar o tempo que aquilo durasse?



Parecia tudo tão simples: abriria o seu coração para a pessoa, independente da resposta (que no fundo ele já sabia que era negativa), mas pelo menos assim se livraria da falsa esperança, do turbilhão mental, do monstro incontrolável, enfim, ficaria em paz para seguir em frente até tropeçar de novo.



Repetia o nome como se estivesse dizendo o nome de um prato saboroso, trocaria um reino por um beijo ou uma cadeira no Congresso Nacional por uma noite em que pudesse apenas dormir com seu amor... Amor? Quem sabe até a presidência dos Estados Unidos para ouvir um simples “te amo”? Sonhava alto e quando acordava, se via no pesadelo do seu dia a dia medíocre, onde não havia espaço para sonhos nem devaneios. Só uma realidade pelada e não cozida. Argh!
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segunda-feira, 15 de março de 2010

ABC do brejo



Em toda a sua vida você deve ter conhecido uma porção de galinhas, não é verdade? De todos os tipos (magra, gorda, branca, de despacho...) e de todos os gostos (cozida, frita, ao molho pardo...), mas com certeza, você nunca viu (e nem sei se terá a oportunidade de fazê-lo) conhecerá uma galinha como Zuzy.

O nome é até engraçado, nome de bichinho de estimação, mas esse não era o caso de Zuzy, se é que ela poderia ser considerada como uma simples galinha. Então você me pergunta “Tá, mas o que é que a diferenciava das demais?”

Bem, Zuzy... Zuzy era uma intelectual, sim, acredite! Ela adorava freqüentar bibliotecas, discutir sobre prosa e verso, globalização, acessar a internet, um verdadeiro fenômeno! Desconheço onde nasceu ou quem foram os seus pais, mas garanto que o seu galinheiro natal e respectivos genitores não farão muita diferença na história de nossa protagonista.

Desde pequena, Zuzy demonstrava um grande interesse pela leitura (aprendeu sozinha), por cálculos, artes, enfim, era inegavelmente a mais inteligente do galinheiro. Todos a consultavam sobre diversos assuntos: história, política, moda, sexo, saúde... e Zuzy atendia a todos com toda a calma do mundo, numa paciência que chegava dar nojo!

Talvez porque seu sonho era ser professora, mais do que aprender, ela adorava ensinar. Pergunte quem alfabetizou todos os galináceos da sua família? Aliás, não só da família, como das redondezas. Vocês sabem, fofoca voa longe, no mundo das penas não poderia ser diferente e logo vieram galinhas, galos e pintinhos de diversas regiões para se alfabetizarem com a “Tia Zuzy”, como ficou conhecida.

Agora, engana-se quem acha que ela era “novidade” só no seu ambiente. A sua fama chegou até a cidade, todos a conheciam (ou pelo menos já tinham ouvido falar) e a respeitavam ao ponto de Zuzy freqüentar diversas rodas intelectuais. Foi convidada para fazer prefácio de livros de autores famosos, chegou até a tomar chá com a galera da Academia de Letras, é mole? Isso sem contar com a constante rotina de entrevistas em rádios e televisões: “O fenômeno das penas” com ficou conhecida. Formou-se na Ganivercidade da CUC (uma extensão da PUC), fez mestrado e doutorado em Harward’s Birds (ganhou bolsa de estudo com direito a milho e tudo), escreveu ensaios, publicou um livro de auto-ajuda, o best-seller “Não vale a pena ter tanta pena”, romances e uma antologia poética muito aclamada pela crítica literária. Aliás, poesia era a sua maior paixão. Seu autor preferido? Galinícius de Moraes com seu inesquecível “Galeto de Fidelidade”. Quando Zuzy o recitava, ela dava um cocoricó na entonação que era de arrepiar as penas!

Certa feita, porém, voltando de um importante encontro com integrantes do MSP (movimento dos sem poleiro) no qual Zuzy havia feito um inflamado discurso sobre o analfabetismo na zona rural, teve uma grande surpresa ao se deparar com um imenso sapo (praticamente o triplo da sua altura) que surgiu do nada, parou na sua frente, impedindo-a de prosseguir o seu galinho, digo, caminho. Ficaram algum tempo se encarando até que ele, num tom ameaçador, perguntou:

- Então você que é Zuzy, a galinha inteligente?

Zuzy, apesar de amedrontada, respondeu secamente:

- Sou sim, o que o senhor deseja?

- Eu...

Mal começou a falar e foi interrompido por Zuzy que deu um repente e continuou:

- Sim, querido, o senhor. E vamos logo que não posso perder tempo, pois ainda tenho uma tradução de Gargínia Woolf para fazer.

- Mas é que...

Ao notar que seu inimigo ficara sem palavras diante da forma como se dirigia a ele, Zuzy respirou fundo e começou a andar até que...

- Ei, Zuzy!

- Doutora Zuzy que eu não te dei intimidade!

- Como é que é? Ei! Aonde você pensa que vai?

- Penso não, meu querido, eu já estou indo!

E dizendo isso, começou a correr e a gritar feito uma louca.

- Meu pai do céu, por que eu filei as aulas de vôo na Ganivercidade? Como é mesmo? Eu bato as asas e tiro o pé do chão? Não! “Tiro o pé do chão” é refrão de axé music, Zuzy! Ai, como é mesmo? Seguro a respiração, conto até três e empurro de vez! Não, sua estúpida, isso é para botar um ovo! Ai, como eu faço?

E foi nessa divagação sobre o “voar ou não voar, eis a questão”, que o sapo deu um imenso pulo e agarrou nossa heroína.

- Mas... mas o... o q...que vo...você quer de mim, anfíbio? – perguntou Zuzy quase sem ar.

- Primeiro que você pare de me xingar!

- Mas anfíbio não é...

- Eu queria a sua ajuda, Zu... digo, doutora Zuzy.

- Só se for ajuda espiritual, meu querido, por que você quase me matou.

E sem ouvir o que Zuzy dizia, o sapo continuou:

- Meu maior sonho é escrever o meu nome e ler as placas dos caminhões que passam pela rodagem, mas eu não posso. Fico imaginando como deve ser bom juntar as letras, ver o mundo além do que ele se mostra para mim e...

- Có! Có! Có! (traduzindo: Há! Há! Há!) E você acha que eu tenho tempo para alfabetizar um sapo? Para quê? Para recitar poesia no brejo? Ora não me faça cacarejar!

Mal terminou de falar, Zuzy percebeu lágrimas nos olhos do sapo.

É, às vezes temos que tomar cuidado com nosso ego, um verdadeiro gigante que quando alimentado é capaz de fazer verdadeiros estragos a nossa volta. E como num passe de mágica, podemos perder família, amigos e até a nós mesmos. E foi justamente esse pensamento que levou Zuzy a uma “interessante” conclusão: naquele momento, por mais sábia que pudesse ser, Zuzy demonstrou-se infinitamente mais estúpida que o sapo analfabeto.

- Desculpe, eu não devia ter falado assim...

- Tudo bem, eu já estou até acostumado. Sapo só beija princesa pra virar príncipe, não é verdade? Me diz, o que mais um sapo gordo e burro como eu pode esperar da vida? A doutora tem razão. Pra que aprender a ler se vou viver afundado num brejo, comendo mosca, engordando ainda mais, até morrer na boca de uma cobra tão estúpida quanto eu.

- Não, por favor, não diga isso! Se existe alguém estúpido nessa história, esse alguém sou eu! Ah, essa mania de me achar a mais inteligente de todos. De que me adiantou tanta leitura, se mal consigo interpretar o mundo que me cerca? De que me adiantou tanto conhecimento, tantas teses se não sei sentir nem amar como um servivo? Não, eu sou uma grande estúpida! Uma grande estúpida!

E começou a se estapear, ou melhor, e começou a se depenar e chorar ao mesmo tempo, deixando o sapo estupefato.

- Calma, doutora...

- Pode me chamar de Zuzy mesmo.

- Calma, Zuzy, se você ficar assim eu vou me sentir um monstro! Se bem que com esse meu corpo, falta pouco pra eu chegar lá.

Ouvindo isso, Zuzy limpou as lágrimas e disse decidida:

- Então está combinado.

- Combinado o quê?

- A partir de hoje, você será o meu discípulo, irá seguir todos os meus passos, irei ensinar a você tudo que sei e aquilo que eu não souber, iremos aprender juntos.

- Mas eu não sou capaz de...

- Nem termine de falar essa heresia.

- Here... o quê?

- Heresia é... Ah, eu explicarei no caminho. Então? Vamos?

- Pra... pra onde?

- Para o “mundo do saber”, meu querido! Os livros nos esperam!

E assim saíram de braços dados, Zuzy explicando para Sapone (quase que esqueço de dizer o nome do sapo) o significado de heresia e de muitas outras palavras.

O tempo foi passando e Sapone aprendia tudo numa rapidez impressionante, a sua sede de conhecimento parecia insaciável. Passado algum tempo, resolveram abrir uma escola: a “ABC do Brejo”, para todos aqueles (sapos ou não) que sonhavam com as páginas do livro, mas tinham medo de folheá-las).

E para quem acha que acabou aí, ele ainda lançou um livro “Amor, o maior saber de todos” no qual fez uma dedicatória muito especial para a sua esposa Zuzy. É, pessoal, se toda história para ter final feliz tem que ter casamento, por que a deles teria que ser diferente? Agora sim eu posso dizer “e foram felizes para sempre”.



THEND



(29/05/03)





origem da imagem:imocanes.com.br
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quinta-feira, 11 de março de 2010

Aderente

 


Que loucura é essa a que chamamos “poesia”?



Bicho peguento


Gruda na nossa mente


Só descola com papel, caneta e/ou pena (para os mais tradicionais)


Mas é assim:


Para onde você olha


Lá está ela


Na superfície de tudo, de todos


No nosso interior...


Uai, sô, larga d’eu!

(21/06/03)
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segunda-feira, 8 de março de 2010

a BIOGRAFIA do ZÉ Ninguém

   




    Veio do nada e nem tinha noção para aonde iria. Nunca sabia o que dizer (se é que seria ouvido por alguém). Vivia simplesmente a sua vida de Zé Nínguém, sem nada, sem vontade de ter nada, não queria ser mais ou menos alguém, apenas ninguém.

    A sua condição de transparente no mundo era algo com o qual já havia se acostumado. Poderia não ser notado (quase nunca era), mas também não era incomodado. Ninguém se importava com o Zé e o Zé não se importava de ser ninguém.

    Era um ninguém qualquer, sem nenhuma qualidade que o fizesse se sobressair em alguma coisa. Era um ninguém com nome de Zé que nem sabia de onde vinha o seu nome. Era um Zé Ninguém  sem pai e sem mãe, sem documentos, sem ambição, sem nada que o fizesse chamar a atenção de alguém.

    Nunca seria notado, mas pelo menos não era importunado. Era simplesmente Zé, um ninguém de nascença que nem sabia quando nasceu.

    Zé, ninguém. Qual era mesmo o seu sexo?

(24/11/09)
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B - 978

















EU SOU ISSO, EU SOU ASSIM:


UM DESEQUILÍBRIO ENTRE O REAL E O IMAGINÁRIO


UM ACREDITAR NAQUILO QUE NÃO EXISTE PARA SER FELIZ NO MUNDO DAS COISAS TANGÍVEIS


UM IGNORAR DAQUILO QUE SE ENCONTRA DIANTE DOS MEUS OLHOS


PARA OLHAR AQUILO QUE A IMAGINAÇÃO (COM MUITO CARINHO) CRIOU PARA MIM




AQUILO QUE NINGUÉM VÊ, QUE É SÓ MEU, MEU TESOURO

ABSTRATO REFINADO DENTRO DO RUDE MUNDO DE CONCRETO

SEMPRE A ESPERA DO PRÓXIMO COMETA...


SAUDAÇÕES, PEQUENO PRÍNCIPE

SOU DO PLANETA B-978


P.S: PSIU! VOCÊ! DESENHA-ME UM CARNEIRO FELIZ?



(16/02/10)


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?

Quem vocês acham que são?


Quem vocês pensam que são?


 
Desculpe, quem são vocês mesmo?




(22/02/10)
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domingo, 7 de março de 2010

Quanto mais idiota, melhor.


Hoje em dia para ser famoso não precisa fazer muito esforço. Não precisa pintar um quadro maravilhoso ou lançar um livro que entre para história da literatura. Não, hoje em dia para ser famoso basta ser idiota.

Um exemplo? Que tal começar pela internet? É impressionante a seleção dos vídeos mais vistos. É de uma idiotice do tamanho da rede. Então eu me pergunto: o mundo está evoluindo tanto, avançando cada vez mais tecnologicamente e ficando cada vez mais... idiota? Isso é preocupante? Eu acho que sim, caso contrário eu não estaria aqui, quase uma hora da manhã, escrevendo sobre isso, eu iria estar vendo algum clipe idiota do Youtube ou estaria dormindo com aquela cara de idiota após ver um clipe do Youtube (o que vai dar no mesmo).

E na televisão? Uma enxurrada de idiotices. Estão apelando cada vez mais para o absurdo do absurdo do idiota e, o trágico de tudo isso, é a audiência. Uma nação de idiotas? Quem sabe, uma humanidade de idiotas, pois o efeito idiota não é apenas verde e amarelo, basta assistir um pouco de canal fechado e vê o que se anda produzindo lá fora. Quero algo assistível, se é que isso existe (tanto a palavra quanto o "algo" em questão), algo que não ataque a minha gastrite, a minha dignidade de ser pensante, algo que não seja idiota.

Tudo em nome da fama: baixaria, apelação, bizarrice e sai da frente! Vale o que tiver mais acesso ou mais audiência. Talento e criatividade são coisas do passado, demora muito e o resultado não é imediato, não cola, não pega, enfim, não é idiotizador o suficiente para fazer sucesso.

Tem que falar mal do fulano, xingar o cicrano, tirar a roupa, ter orgasmo em rede nacional, filmar o parto normal (ou anormal para alguns, afinal dor é muito relativo), se divorciar e gritar aos quatro cantos do mundo, casando-se logo em seguida, sair do armário (ou entrar nele de novo), dar selinhos a torto e a direita para provar que é sexualmente bem resolvido e muuuuuito aberto (a), enfim, um tsunami de eventos que vêm abarrotados dentro de revistas coloridas com muitas fotos (autorizadas ou não) e/ou reality shows e/ou programas “informativos” sobre a vida dos outros (cuja existência não acrescenta nada na minha vida) e/ou etc,etc,etc.

Já se foi ( e como se foi e se foi rápido pra caramba) a época do “uma idéia na cabeça e uma câmera na mão” e o resultado: filmes historiadores (uma maneira diferente de dizer “filmes que fizeram história”). Hoje em dia, não é mais necessária a “idéia na cabeça”, basta uma webcam e um amigo com cara de idiota que tope fazer nada por alguns minutos diante da câmera ou talvez uma dublagem infeliz de uma música qualquer com cerca de 100 caras e bocas por segundo e pronto, um clipe feito, jogado na rede, um milhão de acessos, sucesso total e viva a idiotice em massa! Massa podre talvez, mas daquela que nem dê para fazer uma empada.

Revoltada, preocupada, arrasada, boquiaberta, só espero que eu não esteja só nessa crise de indignação. Gente, o que a nova geração está gerando para si mesma? O digerível? O descartável? O instantâneo? O esquecível? Memória é coisa de velho, o agora é o que vale, assim, como um efeito de um ecstasy ou cristal. Aiii, que medo de viver sem passado! Imagina saber para onde vou sem ter a noção de onde eu vim?

Ainda não cheguei aos quarenta, mas às vezes me sinto como se tivesse cem de tantas que são as minhas interrogações diante dos considerados “top 10” do ano, da semana, do dia, da hora, do minuto e tic e tac e tic e tac.

Deram a largada para a corrida do “Quanto mais idiota, melhor”. E haja torcedor e competidor neste circo dos “reality horrores shows”.

Eu olho e me pergunto: Quem produziu? Quem divulgou? Quem teve a coragem de trazê-los ao mundo? Como pode ser tããããããõ idiota?

O pior é que quando você não ri ou diz que não vê razão para tanto, você é visto (a) como uma pessoa infeliz, mal-amada, mal-comida, mal-dormida, tudo de mal, inclusive o senso de humor que não é mau, é péssimo.

Ok, tudo bem, chamem do que quiser: mal-amada (sabe Deus!), mal-dormida (sim, um pouco), mal-comida (muito pessoal), podem me chamar do que quiser pois não retiro uma vírgula do que aqui escrevi.

E para que não me vejam como a “super-intelectual arrogante” ou a “mega-puritana do século”, confesso que já dei algumas risadinhas com certos clipes e algumas espiadelas nas revistas coloridas no salão de beleza, afinal dê o primeiro clique quem nunca o fez! O problema é a intensidade e a freqüência com que isso é feito. Nada que venha a anular o ser pensante e criativo que pulula 24 horas dentro de mim. Sinto muito se nem sempre eu sei apreciar as coisas bobas da vida. Se isso faz de mim uma verdadeira infeliz, tudo bem. O que eu não quero é ser idiota. E por favor, me incluam fora dessa!

(06/03/10)



Tradução da foto: "Insira um cérebro aqui"




       
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sábado, 6 de março de 2010

Me AmO













Olhar inesquecível



Boca irresistível


Perfume inconfundível


Como esquecer tudo isso?


Impossível!

 







(31/01/10)


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CONFUSA conjugação AMOROSA


- “Paixão, dor e desespero" é um texto do autor mexicano Rogelio Gelmirez. Atenção: a produção deste espetáculo informa que...

- Pára tudo. Não terá espetáculo nenhum.

- Não estranhem, isso faz parte do espetáculo.

- Não, não faz. Eu realmente cansei deste espetáculo. Em quase todas as minhas apresentações, vocês colocaram um espelho na platéia só para eu pensar que tinha gente. Além do mais, eu não agüento mais ouvir a palavra "espetáculo". Olha, eu não vou e eu não quero me apresentar. Portanto acendam a luz. Acendam, por favor! Obrigada. Eu sei que vocês vieram aqui para ver uma coisa completamente diferente do que eu pretendo fazer agora. Na verdade, eu queria contar uma história. Uma história sem nome, ela não tem título. Aliás, não é bem uma história. É um desabafo. Eu sei que não deveria estar aqui me expondo, afinal de contas, vocês só sabem que eu só uma atriz e pronto. O problema é que eu preciso falar. Eu já fui a psicólogos, terapeutas, gastei milhões e milhões... de palavras é claro, mas não adiantou. Sentia uma vontade louca de me abrir com alguém, com pessoas e não com "mercenários psicológicos". Eu queria que as pessoas me ouvissem por prazer e não por dinheiro, entendem? Bem, eu, há algum tempo atrás, tive uma relação traumática, dessas que marcam a gente para sempre. Eu me envolvi com uma pessoa chamada Eu. Eu e Eu... a gente vivia muito bem. A gente... enfim, vivia muito bem. Só que um dia eu senti que Eu estava muito diferente. Não era aquele Eu de antes. Não aquele Eu que eu conheci, era um outro Eu. Estranhei. Então eu chamei Eu para dialogar, ver o que estava acontecendo. Engraçado, eu nunca me esqueci daquele diálogo entre Eu e eu. Foi um tanto forte...

- Eu, eu queria falar sério.

- Fala.

- Eu estou sentindo uma frieza no nosso relacionamento vinda de sua parte.

- E?

- Foi por isso que eu resolvi te chamar: para tentar descobrir o que está acontecendo.

- Você notou alguma coisa diferente em mim?

- Não meta Mim nessa história que Mim não tem nada a ver com isso.

- Está bem. Quer ouvir o que tenho a dizer?

- Isso. Quero.

- Está bem. Não tenho nada a dizer.

- Como não? Nossa relação vira um sorvete light de creme com passas, tudo muda e eu escuto um "não tenho nada a dizer?” Se está escondendo alguma coisa, fala! Eu agüento! FALA!FALA!

- Posso?

- Desculpa, perdi o meu controle remoto. Fala.

- Está bem. Eu não lhe amo mais. Pronto.

- Nesse momento eu gostaria de apertar o stop, voltar um pouco a cena e apertar o play na esperança de ouvir outra coisa.

- Mas é isso mesmo: eu não te amo mais. Eu só não sabia como te dizer.

- Eu posso ao menos saber quem é o seu novo amor?

- Pode. Estou apaixonado por Você.

- Logo, logo por Você? Se fosse ao menos por Tu, Vós... mas por Você? O que Você tem que eu não tenho?

- Não sei. Eu só sei que agora eu amo Você. Aconteceu.

- Você está ouvindo isso, Nós?

- Com licença.

- É. Nós foi embora, Tu deve estar com Vós e Ela rindo as minhas custas, Eles e Elas então nem se fala. Ele há tempos que não dá as caras e, quando penso que não, Eu me abandona e me abandona logo por Você.

- Peraí. Nós deveríamos...

- Nós não deve nada. Aliás, Nós nem quer saber da gente. Eu, você me traiu.

- Você não te traiu, quem te traiu fui eu, desconte em mim!

- Eu já disse pra você não colocar Mim na história!

- Perdoa?

- Esquece! Aliás, não. Escuta primeiro. A gente termina tudo numa boa, mas antes me escuta.

- Está bem.

- E para de repetir tanto “Está bem”, pois não está nada bem!

- Está bem, eu paro.

- Deixa pra lá.

- Está bem.

- IiiiH! Olha, Eu, você não foi o meu primeiro amor.

- Como não?

- Antes de te conhecer... Na verdade eu sempre amei e nunca consegui esquecer Mim.

- Mim?

- É, Mim. Eu, você é legal e foi por isso que eu entrei de cabeça na relação.

- Então você nunca me amou?

- Na verdade eu achava que amava duas pessoas ao mesmo tempo: Mim e Mesmo. Mas Mesmo era só fogo de palha. Mandei Mesmo tomar banho e ele foi. Mesmo era tão burro... Morreu intoxicado com a espuma de um sabonete líquido. Resumindo, eu sempre amei Mim.

- Legal. Sincera você.

- Não me confunda com esta criatura! E eu, numa dessas besteiras que a gente faz na vida, larguei Mim por tua causa.

- É?

- É. Agora eu já falei o que tinha pra falar. Vou tentar voltar atrás, pedir perdão a Mim e vê se ele me aceita de volta.

- Vem cá: você ama Ele ou Mim?

- Mim, idiota! Desculpa. Acabou. Quem sabe você se acerta com Você e eu com Mim? Depois a gente se encontra num presente do indicativo ou do subjuntivo. Quem sabe no futuro do pretérito?

- Então, tchau.

- Tchau. E Eu se foi. Quanto a Mim... sim, Mim me aceitou de volta. Agora e somente agora eu me sinto mais aliviada. Foi por isso que cancelei minha apresentação. Eu sabia que era isso que eu precisava: pessoas me escutando, assistindo eu contar a minha verdadeira história no lugar que mais amo: o palco. Obrigada a todos e todas. E antes que eu me esqueça, amanhã terá espetáculo. Podem vir.
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