domingo, 30 de maio de 2010

Galo cantor

Quando escuto o canto dos galos



Num domingo vazio de gente


Em plena cidade grande


Lembro da minha infância


Lembro de Ilhéus


Da vidinha boa do interior


Lembro do galo cantor


Lembro do abrir das janelas de manhã cedo


A venda já aberta pra vender o pão de sal ou de milho ou de leite


O leite dentro do saco gelando as mãos


Chegando a casa pra ser fervido


Com aquele cheiro de café por toda a cozinha


O barulho dos talheres e das xícaras batendo no prato


Os primeiros pigarros matinais saindo de todos os banheiros da rua


O gato se espreguiçando, o cachorro já celebrando o seu dono que acordou


Os passarinhos se aglomerando, na espera dos farelos de pão


Tudo lentamente, a vida se despertando, com uma preguiça boa, gostosa...

A vida do interior

Que já passou

Mas que ficou

Tudo na lembrança

De alguém da cidade grande

Quando escuta o galo cantor.










origem da foto: http://artfiles.art.com/5/p/LRG/20/2065/F952D00Z/susan-winget-le-rooster-i.jpg
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sexta-feira, 28 de maio de 2010

João já contou

- Num sei não, moço. Ora qui eu nunca foi qui vi disso pressas banda. E óia qui nês mundão di meu Deus eu já vi foi di tudo. Di tudo qui ocê pensá qui eu já vi, eu já vi. Disso num vi inda não. Tô cabreiro. Hum...Óia qui isso vai ficá pió. Chiii, tem jeito não, moço. Eu num cunheço disso, num vi e nem vô pudê ti ajudá. Má o troço é instranho, é de uma feiura só dele... Ó! Mai como qué isso...Óia, óia bem...isso é coisa du Trancoso. Num sabe não,é ? Ocê num cunhece o Trancoso não? Chiii, é muitcha coisa pá contá. Pressas banda a gente iscuta di monti. Cunheço di muitcho, muitão. Má disso aí eu num cunheço não. Nunca vi não. É di uma instranheza só dele, deve di sê da maó instranheza dês mundão di meu Deus. Ói, moço, óia só, óia bem. Vixê qui nunca vi. Êta qui já tô me arrupiando. Isso devi di sê sumbração. Tenhu medo di sumbração desdi tempos. Ói, tá mi...Vô saíno, ficu não, ficu nada. Ocê qui tem coragi intão fica. Eu não, sumbração eu queru nem di longe, di lonjão muitcho. Ô, moço, corri tamém. Isso num vai tê fim qui preste. Moço, corre, fique não. Pra quê coragi dibaixo da terra? Si saia, qui eu já tô saíno, saíno...Ô moço, fique daí não. Vem pá cá. Aqui tem pirigo não. Aqui tô seguro. Óia, aqui eu tô é di lonjão, queru vê si isso mi pega. Pega nada. Vem, moço. Isso, sai daí qui é mió. Vem, isso, isso. Agora cê tá longe qui nem eu. Aqui tá siguro. Daqui a gente podi vê mai sussegado. I sussego é bom, discansa a alma aflita dos pirigo do mundo. Ocê já ficou de alma aflita? Fique não qui é ruim pá daná. Já fiquei sim, certa feita, faiz muito dos tempo. Foi coisa longa, má tá tudo na cabeça, isqueci di nadinha não. Alma aflita é rúim memo. Ocê num vai creditá, má eu sei calmá alma aflita. Já calmei muitcha alma presse mundão di meu Deus, foi muitcha memo. Eu curo, sô bom curadô di alma. Deus mi feiz curadô i eu saio pela aí, calmano alma. Ocê qué qui eu conte dum caso di alma aflita? Faiz muito dos tempo, foi pressas banda memo. Um sujeito ficô doido, assim, pá-pum. Ninguém sabia o qui era não. Quando vi o moço, novo, novo, suano, o corpo todo si tremeno, num pensei dimais, disse logo: é alma aflita. Num é loucura não, prece qui é, má eu sabia qui num era. Peguei no moço, todo se tremeno, pió qui vara verde. Tivi pena dele, tão moço, tanta coisa pá vivê i já di alma aflita. Mi peguei com meu Pai i fui pá salvá o infeliz. Juntei mías mão, mirei pru céu, chamei meu puder. Botei mías mão nele até calmá a alma dele. O rapaz foi parano de suá, foi calmano, foi calmano, pronto. Quando vi qui não, tinha salvado ôtra alma. Fiquei filiz qui só i o rapaz tamém. Ficô muito gradecido cumigo. I é isso, vô curano alma, mas daquilo dali eu nunca vi não. Sabe que oiando assim pá ocê, prece que tô veno o rapaz que eu salvei? Oia qui é igualzinho. Num tira nem põe nada, má prece memo. Ô, moço, vai pá lá não. Fica aqui. Lá tem coisa rúim di si vê. Aqui não. Aqui é siguro. Moço prece qui tá apegado com aquilo, tira da memóra, deixa pá lá qui passa ôtro i dá um jeito. Vixê qui ocê prece memo, tem o jeito todo, prece que tô veno o rapaz na mía frenti, só qui ocê é poco mai claro. Oia pá lá não, moço. Tira da memóra. Num vá lá não, moço, me inscute. Ei, ô moço, deixa isso aí e vá simbora qui eu já salvei tua alma! Tua alma tava aflita i eu salvei. Deixa isso aí i vá simbora, vá com Deus qui ele ispera ocê, vá logo, num me cria pobrema pela aqui não, moço. Ninguém tá veno, só eu tô veno ocê, só eu i Deus, má eu num queru mai proseá cocê não. Vai cum Ele, vai logo qui eu vô mimbora. Quero pobrema pá mim não. Deixa isso aí, isso num serve di nada mai não. Cria pobrema pá mim não. Vô ino presse mundão di meu Deus salvá mai alma aflita. Di nada!

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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Só pensando...



O artistas verdadeiro é aquele não se mostra, é.
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domingo, 23 de maio de 2010

WWW.SEJAFELIZ.COM



    Só conseguiremos ser nós mesmos quando falarmos por nós mesmos.
Ser honesto com nossos desejos, nossas vontades, nosso limites.
Respeitar o nosso eu tanto quanto respeitamos o próximo.
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domingo, 16 de maio de 2010

O que é? O que é?

E quem foi que disse que era fácil?
Calma! Também não é impossível.
Pense no lado bom: nunca haverá tempo para se entediar.




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Nem tudo é tudo ou nada é nada


tudo pode ser ou pode não ser
depende de mim, de ninguém, de todos, de você
também pode não depender
de nada
de ninguém mesmo
nem de mim
mas no que depender de mim
tudo pode ser
ou tudo pode não ser
depende do que a realidade queira me mostrar
sonhar só dormindo
viver só acordada
e assim vou eu
nesse mundo de meu Deus
que não é só meu
é seu, é de todos...





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O vegetal anticapitalista









A batata receava entrar no saco com as outras.
Sabia do seu destino final.
Resistiu e rolou o quanto pôde.
Ao contrário das outras, não queria trabalhar no McDonald´s.













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sábado, 15 de maio de 2010

Blá blá béé




Na televisão eles dizem o que eu devo fazer para ter o corpo e o cabelo da revista
O que eu devo vestir para ficar igual as estrelas do cinema 



 

Por que eu não posso ter o meu próprio corpo e o meu próprio cabelo?
Sabe, igual aquele da foto que está no meu álbum 


Por que eu não posso me vestir do meu jeito?
Sabe, daquele jeito que eu me sinto bem quando me olho no espelho

Sou feliz porque sou eu mesma

E alguém desliga a droga da televisão!!!!




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quinta-feira, 13 de maio de 2010

WWW.SEJA FELIZ.COM




É preciso encontrar a liberdade da alma
Deixá-la viver, respirar
Só assim encontraremos a verdadeira paz.
Só assim seremos felizes.
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sexta-feira, 7 de maio de 2010

O conto de um conto

  Contei e ninguém acreditou.
- Quanto é? - perguntava um.
- Um conto.
- Quanto custa? - perguntava outro.
- Um conto já disse.
- Então conte.
- Não posso. Só conto quando tiver meu conto. Um conto. Tá bom ou quer mais?
  E ninguém quis. E eu não contei. Ninguém acreditou.






















origem da foto:http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/historia-da-moeda-no-brasil/imagens/historia-da-moeda-no-brasil30.jpg




(07/05/10)
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domingo, 2 de maio de 2010

Perto

A  felicidade não está muito longe

Geralmente ela fica tão pertinho...

mas a gente com essa mania irritante de querer andar muito

Resultado: se cansa a toa e nem é feliz




(22/04/10)







origem da foto:http://clubearlivre.org/gallery2/d/8313-4/03+-+Parte+do+grupo+perto+da+descida+para+a+G_+Laguna.jpg
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