quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

... nas nuvens...





 
Viver nas nuvens

Viver de amor

Isso é bom, isso é good

O problema é quando chove:

molha tudo e o amor vai embora

 





(25/02/10)
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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Super Felino


Vem lindo


Correndo


Pêlos ao vento e...VRUM!




Gato burro! Morreu antes de eu terminar minha poesia.


                                                              (19/02/10)
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sábado, 20 de fevereiro de 2010

“Campanha Tarja Preta”



Deixe um tarja preta te ajudar, afinal a felicidade está nas pequenas coisas...

Tarja Preta: engula um e seja feliz!




(19/02/10)





























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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

PEQUENAS NOTÁVEIS




“As formigas são o maior inimigo da humanidade”, assim estava a manchete do jornal “INFORME DIÁRIO”, o preferido de Aguinaldo. A frase sobre as formigas era de um cientista brasileiro que afirmava, através de estudos, que nenhum mal poderia ser maior do que a existência das formigas. Segundo ele, elas formavam uma das civilizações mais inteligentes da face da Terra, capazes de dominar o mundo, destruindo plantações, disseminando doenças e etc, etc.

- Asneiras. Falta do que fazer. – comentava Aguinaldo, virando a folha do jornal.

Foi para a seção de política, parou na parte de esportes para lamentar mais uma derrota do seu time, deu uma espiada na economia do país, fechando o jornal logo em seguida para dirigir-se a janela e fumar um cigarro. A cada trago lembrava da manchete sobre as formigas, imaginava o cientista reunindo-se com autoridades militares e políticas de todo o mundo para criar estratégias de guerra contra essa micro civilização inteligente. E ria. Imaginou formigas fazendo ataques terroristas a lojas de doces, pegando crianças como reféns...

- Mas é muita falta do que fazer. – dizia, dando o último trago no cigarro.

Jornalista aposentado, Aguinaldo, 68 anos, era viúvo, não tinha filhos e dividia o apartamento com centenas de livros, jornais velhos, maços de cigarro e muita poeira. Seu passatempo predileto era criticar os textos de jornais. “Bando de recém formados sem informação e escravos de Internet” era como chamava os jornalistas da atualidade. Para ele, os tempos áureos dos jornais eram aqueles em que se corria atrás da notícia com um bloquinho na mão e um chapéu na cabeça, tempo das máquinas de escrever...

Já era quase noite, quando Aguinaldo percebeu uma coisa interessante: apesar de não ter dado muita importância à matéria sobre as formigas, não conseguiu tirá-la da cabeça um momento sequer. Situações cada vez mais absurdas de formigas dominando o mundo surgiam por segundo em sua mente. Lembrou até de Macunaíma, mas achou um desrespeito à memória de Mário de Andrade associar sua obra, um ícone da literatura brasileira, a uma notícia tão “idiota”. Voltou para o jornal e releu o último parágrafo que as chamava de “tiranas impiedosas responsáveis pelo caos mundial”.

- Mas veja se aquele bando de micro criaturas será responsável pela queda da bolsa de valores de Nova York? A crise mundial?

Chegou a imaginar as formigas pilotando o avião que derrubou as Torres Gêmeas e teve um acesso de riso. De repente parou e se indignou.

- É isso que dá contratar estudantes de jornalismo que publicam tudo o que vêem – esbravejava - Sensacionalistas! Já se foi a época em que informar era manter a sociedade consciente das mazelas do seu país! Hoje vale o que der mais dinheiro! Mais ibope! Sensacionalistas!

E a notícia que parecia uma piada digna de boas risadas, acabou tirando o sono de Aguinaldo. Pensou até em processar o jornal por publicar algo tão absurdo. Inconformado, resolveu escrever uma carta para o INFORME DIÁRIO na qual extravasava toda sua revolta.

Já eram 3 horas da madrugada, quando Aguinaldo finalmente se deu por satisfeito. Releu o texto cinco vezes, corrigiu alguns erros ortográficos e foi se deitar com a sensação de dever cumprido. Estava fechando os olhos, quando foi acordado pelo barulho de seu estômago. Até aquele momento não havia comido nada, não bebera sequer um gole de café. Lembrou-se da fatia de torta alemã que dona Matilde, sua vizinha, lhe entregara logo pela manhã. Levantou-se num pulo e foi à cozinha quase correndo.

Via na torta a recompensa por aquele dia tão fatigante. Entrou na cozinha sem acender a luz, visualizou a torta em cima da pia e tascou-lhe uma mordida. De repente, sentiu uma pontada no lado esquerdo. Não deu importância e partiu para o segundo pedaço. Outra pontada e, dessa vez, mais forte que a primeira. Desesperado, acendeu a luz rapidamente: a sua tão desejada torta alemã estava coberta de formigas. Sim, formigas! Quase espumando de ódio, Aguinaldo atirou a torta com prato e tudo na lata de lixo.

- Terroristas! Vocês vão destruir o mundo!

Bateu a porta da cozinha, entrou no quarto e se jogou na cama. O estômago ainda roncava.

- À uma hora dessas, devem estar zombando de mim. Miseráveis!

(28/02/02)







Origem da imagem:http://unmediated.org/images/20050822_jobingames.gif

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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Um...artista







Sentado na rua entre tantos anônimos

Um anônimo em especial.



Talento dos grandes mestres

E tão anônimo quanto os anônimos transeuntes que nunca param



A rua como ateliê

A certeza de ser especial quando um anônimo se aproxima

E pede um retrato



Mãos, lápis, borracha...

A mágica de vinte minutos oferece a todos o rosto de um anônimo no papel

Já registrado na mente do anônimo especial



Talento dos grandes mestres

E o artista continua anônimo...



Por que endeusamos tanto os Picassos e ignoramos os Nonatos?


(22/01/10)









 

 
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Chamar o quê de quê?










Chamar o quê de amor?



O que pode ou não ser chamado assim?



É possível definir o que? Quem? Quando?



Já cantaram que amor dói, faz chorar, machuca ( e haja gente que repete este refrão)



Não acredito.



Não haveria tanta gente assim ou então haja masoquista nesse mundo



Em nome do amor já fizeram de tudo



E ele, coitado, nem pode se defender e dizer que não mandou ninguém fazer nada



Mas fazem e justificam "é, foi e será por causa dele: o amor”



Mas quem é? O que é? Pra quem é? Por que mesmo?



Ninguém responde ao certo.



Usa uma definição cantada por algum cantor ou declamada por um poeta...



Quem sabe até um texto na porta de um banheiro

(cujo autor não deixa de ser um poeta; um pouco exótico, mas ainda assim poeta)



Amor, finalmente, é bom ou ruim? Depende do tipo?



E tem tipo? Não é uma coisa só com algumas variações como a origem e o destino?



Amor a gente vê todo dia, de tudo e todo jeito.

Acostuma-se com o que vê.

E começa a repetir até acreditar.




Existe amor efêmero ou já se nasce com ele?

“Estou amando” dá uma idéia de passageiro, não?



Mas nessa curta-longa vida, o que é duradouro mesmo?

(Nem estaremos aqui para comprovar)



As pessoas, na sua maioria, parecem que não se importam muito em definir amor:

sentem aquilo que elegeram como a sua definição “quase-perfeita”

(o suficiente para dizer “estou amando” ou “amo”)

e seguir em frente.



Quem fala muito ou analisa demais, talvez o faça porque sente menos

ou nunca sentiu...



Prefere ficar com a teoria (é mais seguro talvez... solitário, contudo mais seguro)



Então, o que faremos? Amamos? Falamos dele? É possível fazer os dois?



Mas não dá para falar muito daquilo que não conhecemos

E será que conhecemos mesmo?



Como falar de amor? Que definição escolher?



Há uma coisa que, de todas, não concordo: matar por amor



Amor é que nem carta: tem que ter remetente e destinatário.

Quando mata, a carta volta: destinatário mudou-se para o andar de cima

Foi despejado por um louco armado que se disse vir por parte do amor

O amor, pelo pouco que (acho) que conheço, nunca mandaria ninguém fazer isso em seu nome



De tudo o que vi até hoje, apesar de não poder afirmar nada sobre ele, e muito menos defender nenhuma verdade sobre a sua natureza, uma coisa é certa: esse cara é do bem.



Agora me pergunto: esse cara ou essa moça?

Qual seria o seu gênero?


P.S: E aquela imagem do coraçãozinho? Alguém discorda?



(15/02/10)






origem da imagem:http://imaginasom.files.wordpress.com/2007/02/love_by_darunia_art.jpg
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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

dO rIO AO RiO









Rio, do tanto que te conheço

Nunca te esqueço

Te ver é sempre um recomeço

Feliz na cidade das férias

Que muito mereço

E sem isso... Enlouqueço.



(31/01/10)


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Competição Celeste



Lua, nuvens e Sol




Dividindo o céu no mesmo momento



A lua pouco se importa se é a hora do astro-rei brilhar



Silenciosamente, entre uma nuvem e outra, começa a sua tímida exibição



“Humpf! Satélite sem luz própria!” – pensa o Sol.



“Estrela de quinta grandeza!” – pensa a Lua



Ambos se calam.



Só pensam.



Esperam o próximo eclipse para lavarem a roupa suja.



(20/01/10)


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sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Escritor ou não?





O que diferencia o mau do bom escritor? A capacidade de ser fiel aos seus sentimentos e emoções.


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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Divas coloridas
















"Se o mundo fosse cor de rosa, seria bem melhor."

Colocou a peruca e seguiu em frente.



(04/02/10)
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rap literário do mundo chateado
















terremoto ali, enchente aqui, incêndio aculá
pode até parecer fim de mundo
mas é o mundo que começou a reclamar
é claro que não é o seu fim, quem disse que ele quer acabar?
só pede é mais um pouco de cuidado
não é nosso de verdade, está apenas emprestado
e odeia essa idéia humana de que ele deve ser controlado

não é so a gente que vive aqui, há outras espécies em bucado
e vejam o exemplo que elas dão:  vivem no "paz e amor", felizes e sem ambição
somente quando a fome aperta, é que atacam um irmão
mas quem disse que isso é crime? é a lei do ecossistema
não há stress, não tem dilema

agora bastou a gente entrar em cena
que todo dia surge um problema
e justificamos o que fazemos gritando: é o progresso
mas será que é preciso tudo isso? acho um pouco de excesso

estamos em alta velocidade, correndo na contramão
cegos e viciados pela droga da ambição
esquecendo até de Deus,  dinheiro é a religião
e se alguns poucos se perguntam: o que vamos fazer agora?
a maioria responde: se isso não é comigo, tô fora!

pessoas, acordem, já estamos sendo advertidos
pra que remediar tanto se podemos ser mais prevenidos?
pense quando acabar o ar, a água e tudo mais que a gente necessita pra viver
de que vai adiantar tanto dinheiro? vai gastar com o quê?
                                                                                                                                 (04/02/10)







origem da imagem: http://www.clipartof.com/details/clipart/7857.html
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Aquele beijo




- Você soube do Rudofino?

- Qual? O filho da Rosiléia?

- Isso mesmo. Entrou para o teatro e parece que virou v...

Vejam bem, vamos contar esta história direito. Rudofino, pobre Rudofino, rapazola de mais ou menos 17 anos, filho de costureira e pai desconhecido, acabara de descobrir o mundo das artes, o “mundo do teatro!” para ser mais exata. Queria ser ator, subir ao palco, ouvir aplausos, talvez o nome completo no programa de uma peça...

- E a mãe dele já soube disso?

- Coitada. Que desgosto.

Rudofino passou semanas se preparando para a audição de uma peça e, finalmente, conseguira o seu primeiro papel. O problema é que, além do seu personagem não ter nenhuma fala, Rudofino só entrava em cena uma vez para beijar a boca de um homem. Beijo simples, rápido, quase nada...

- Mas ele beija mesmo?

- Não estou lhe dizendo!

- Assim... na boca?

- Coisa de namorado.

Rudofino não teve muita escolha, afinal aquela seria a sua primeira oportunidade de subir ao palco e ele não fazia idéia de quando surgiria outra. De todos do elenco, Rudofino era o único que não recebia tratamento especial. Alguns mal sabiam o seu nome. Nos ensaios, quando chegava a hora da sua cena, gritavam:

- Chama o rapaz da cena do beijo!

E assim Rudofino ganhara o seu nome artístico “o rapaz da cena do beijo”. Um pouco incomum, para não dizer totalmente estranho, mas fazer o quê?

- Estou cansado! Passo essa cena amanhã – gritava o ator (e protagonista da peça) que dividia com Rudofino a cena do beijo.

Pobre Rudofino acompanhava a todos os ensaios, nem piscava os olhos, aguardava ansioso pelo seu momento de glória, a sua única entrada que, por causa de um simples faniquito de estrela, não aconteceu. Voltou para casa triste, cabisbaixo... Lembrava do ensaio no dia seguinte e dormia bem.



Se existe destino ou não, o de Rufino estava rabiscado nas estrelas. Após a primeira semana da estréia, a peça teve uma repercussão inesperada, ou melhor, a cena do beijo teve uma repercussão inesperada.

- Você já viu aquela peça?

- Qual?

- Aquela! Qual o nome, meu Deus? Esqueci agora. Aquela que tem a...

- Cena do beijo? Já. E como vi!

- Você notou o rapazinho que faz a cena?

- É, parece que ele tem futuro.

Rudofino de “chama o rapaz da cena do beijo” passou a ser a principal atração do espetáculo. O elenco começou a olhar diferente para ele, começaram a notá-lo.

- Essa cena é um absurdo! Eu quero o meu dinheiro de volta!

- Não sou obrigado a ver dois homens se beijando!

Mas essa era uma minoria tão inexpressiva...

- Parabéns, Rudofino – elogiava o colega de cena, aquele que “estava cansado”.

- Obrigado. – agradecia, meio desconcertante, o jovem ator.

De boca em boca, a polêmica “peça da cena do beijo” quase bateu o recorde de público. Até a crítica foi contagiada pelo MAL DO BEIJO, título de uma manchete de um importante jornal. Noutro saiu uma nota que começava mais ou menos assim:

“A peça não tem muito a acrescentar, os atores possuem uma interpretação mediana e blá, blá, blá, entretanto na cena do beijo...”

As pessoas assistiam uma, duas, até três vezes a peça. Antes da cena, aquela inquietação, pigarros, nhec-nhec de cadeiras... Chegava o tão esperado momento, o silêncio da platéia e “smack”. Depois algumas pessoas se retiravam, outras dormiam, enfim, a peça em si não significava muita coisa para elas.

Contudo isso também “não significava muita coisa” nem para o diretor nem para o produtor que viam a bilheteria crescer a cada dia.

- Arte! E por acaso arte mata a fome de alguém? – esbravejava o produtor.

- Mas... e a essência dos demais personagens? – indagava um ator.

- E as demais cenas? – perguntava outro

- Corta. – respondia o diretor cinicamente - As pessoas vêm para ver a cena do beijo e pronto. Além do mais, pra que me preocupar com essência?

- Porque você é o diretor. – irritava-se um ator, aquele que “estava cansado”.

- Há um mês que eu não sei o que é dívida. Tô pensando até em trocar o meu carro e você vem me falar de essência?



Pois é, quando a bilheteria cresce, a arte desaparece. E foi visando aumentar ainda mais os lucros que o diretor teve a brilhante idéia de...

- Como assim aumentar a minha cena, senhor diretor? – perguntava Rudofino ressabiado.

- Meu caro, deixe de falsa modéstia. Você é um sucesso! As pessoas vêm pra ver a sua cena, você. Então, por que não corresponder à expectativa delas?

- E o que o senhor sugere?

- Você será o protagonista. Ficará mais tempo e ganharemos mais dinheiro, quero dizer, mais platéia!

- Mas e o...

- Não tem mas nem menos mas. Está decidido. Você já sabe as falas.

Rudofino não queria tomar o papel do ator que “estava cansado”, mas...

Uma semana após esta conversa, Rudofino estreava no papel principal. No entanto, a receptividade do público foi a pior possível. No terceiro dia de Rudofino como protagonista, o teatro encontrava-se quase vazio.

- Você reparou? Não é mais aquele o rapaz da cena do beijo. É outro.

- Sem graça, né? Aquele dali não vai muito longe não.

“Aquele dali” era, na verdade, o ator que “estava cansado”. Ao contrário do que o diretor pensara, as pessoas não iam para assistir apenas a cena do beijo ou somente Rudofino e sim Rudofino na cena do beijo. O sucesso estava na química entre esses dois elementos, porém o diretor que não via mais a arte, não pode constatar esse fato e, como os demais integrantes do espetáculo, passou a não ver mais a cor do dinheiro. Em duas semanas a peça tornou-se um fracasso total.

- Sem beijo não dá. – lamentava um expectador, retirando –se do teatro.

A peça saiu de cartaz.



(20/09/00)
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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Patriota, eu?






O pior estrangeiro de todos que já conheci me parece ser o brasileiro. Não nas outras terras, mas na própria. Tenho a impressão de que o brasileiro, inconscientemente, ainda carrega o ranço de colônia de uma grande potência. A diferença é que no passado não havia opção: era para aceitar tudo o que vinha de fora, ainda que “o de fora” fosse infinitamente menor do que “o tudo” que havia aqui dentro.



Hoje, bem, na verdade, não tão “hoooje”, mas após 500 aninhos (as time goes by), é possível dizer que a situação se inverteu (assim espero, acredito e/ou levo fé). Existe a opção, aliás, um leque espanhol de opções. Entretanto, mesmo com a liberdade de aceitar o que quiser, “TODOS”¹ querem “o tudo” que vem de fora (ainda que o “Made in Brazil” seja infinitamente melhor): calçam Nike, dirigem Toyota e comem fast food (Pizza Hut, por exemplo. Argh!)



É muito fácil identificar um estrangeiro no Brasil: eles trazem o seu país no coração, nas roupas (algumas combinações um pouco fora da realidade), no idioma e até mesmo no sotaque carregado quando tentam falar o português. O italiano orgulha-se da sua melhor pasta (=massa), o espanhol, da sua melhor tortilla, o francês, do seu melhor champagne, o cubano, do seu melhor charuto, o colombiano, do seu melhor café (mas o nosso também não fica atrás), o português, do seu melhor vinho do Porto, o suíço, do seu melhor chocolate e queijo, o alemão, da sua melhor cerveja,o americano, do seu melhor tudo (pois acredita que tudo do seu país é melhor). E os brasileiros? Bem, estes comem hamburgers (que é um grande exemplo do “tudo americano é melhor”).



Brasileiro tem vergonha de pedir feijoada, tutu à mineira e comer acarajé. Prefere pagar caro para negar a sua origem. Uma espécie de antropofagia capitalista. De acordo com o pouquinho das aulas de história que ainda me lembro, os canibais comiam um pedaço do estrangeiro aprisionado, pois acreditavam que assim ganhariam um pouco das virtudes ou da força deste. Atualmente, ainda se faz um pouco disso, mas para se sentir como um deles (os estrangeiros). Há quem acredite que comendo e/ou se vestindo como eles, viajando para os seus países e falando, ou melhor, imitando o seu falar (apesar do sotaque brasileiro que entrega), será cada vez menos brasileiro e mais e mais, more and more, mucho más un estranjero.



Está ficando difícil encontrar brasileiros que saiam do armário verde e amarelo e assumam a sua brasilidade. Patriotismo só existe na época da Copa ou das Olimpíadas. É uma explosão de bandeiras saindo de todos os lados, gritos orgulhosos (quase ufanistas) ecoando pelo ar que às vezes até assustam. Todavia, bastou o Brasil ser desclassificado e voltar para casa que todas as bandeiras voltam para a gaveta na esperança de que em quatro anos serão novamente exibidas pelos “patriotas jambos” (que só dá na época certa).



Pobre Pátria, que só é amada no Hino Nacional o qual apenas alguns de seus filhos sabem cantar corretamente. Brasil tem problemas mil (olha que riminha fofa), sabemos que ele não faz muito a linha do “ordem e progresso”, ainda está muito jovem, indeciso quanto ao rumo que deve tomar, um pouco rebelde... Contudo, vejamos o lado bom do menino que também é grande, bonito, rico e criativo. Uma pena que muitos brasileiros (e –leiras) “ainda” não saibam (ou não querem saber ou têm muita raiva de quem sabe) o tesouro verde-ouro que têm. Às vezes é preciso que um estrangeiro lhes diga.



Brasileiros e brasileiras, não sejam enrustidos. Abram a porta do seu armário verde e amarelo e sejam vocês mesmos: brasileiros do Brasil. Pra quê melhor?



¹ Favor avisar caso você não se enquadre neste “TODOS”. Obrigada.

(22/01/10)




Origem da imagem:http://www.alltv.com.br/wp-content/uploads/2009/06/made_-_logo.jpg











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