terça-feira, 16 de março de 2010

Paixão perigo

Nutria uma paixão por alguém que nem sabia que existia



Sabia da sua existência



Mas não da existência da sua paixão



Qualquer movimento ou palavra do outro era o suficiente para acordar o "monstro da paixão"



Monstro por ter uma força maior do que a que deveria ter



Incontrolável, atormentadora, uma enxaqueca constante nos dias que deveriam ser normais



Como declarar, gritar e se livrar do monstro?



Sabia que se fizesse isso, "ele" seria o monstro e nunca mais veria o objeto de sua paixão. Talvez doença, pois já estava lhe causando enxaqueca...



A vida passava, ele vivia, sua mente pensava e não deixava esquecer um mínimo detalhe do momento quando se encontraram



Mente malvada: se juntava com o monstro e o torturavam dia e noite.



O sorriso, o olhar, o toque, tudo se repetia como um ritual na sua mente.



Será que com tanta gente nessa caminhada da vida tinha que tropeçar justo no caminho dessa pessoa? Um anjo de beleza ou um diabo tentador?



“Não importa”, gritava o coração que já estava totalmente envenenado pela mente e dominado pelo monstro.



Todo o seu ser lutava contra ele mesmo, na tentativa de fazê-lo cometer o absurdo dos absurdos para satisfazer o seu desejo... Não! Não era um desejo puro e simples, não era só o físico que lhe interessava! Era mais, era maior, era bonito. O desejo era um pedaço daquilo que sentia e não sabia definir, só sentir, mas o sentia com responsabilidade, apesar das forças internas dizerem o contrário.



Um turbilhão de imagens e sons e palavras e fantasias e não parava de pensar na pessoa que nem pensava nele. Quando falava com ele, falava como se ele fosse um conhecido qualquer ou um vizinho que acabou de encontrar no elevador. Não havia espaço para declarações, bilhetinhos, amigo-cupido, dentre outros recursos de um apaixonado desesperado.



Quanto tempo aquilo poderia durar? Poderia suportar o tempo que aquilo durasse?



Parecia tudo tão simples: abriria o seu coração para a pessoa, independente da resposta (que no fundo ele já sabia que era negativa), mas pelo menos assim se livraria da falsa esperança, do turbilhão mental, do monstro incontrolável, enfim, ficaria em paz para seguir em frente até tropeçar de novo.



Repetia o nome como se estivesse dizendo o nome de um prato saboroso, trocaria um reino por um beijo ou uma cadeira no Congresso Nacional por uma noite em que pudesse apenas dormir com seu amor... Amor? Quem sabe até a presidência dos Estados Unidos para ouvir um simples “te amo”? Sonhava alto e quando acordava, se via no pesadelo do seu dia a dia medíocre, onde não havia espaço para sonhos nem devaneios. Só uma realidade pelada e não cozida. Argh!

0 comentários:

Postar um comentário