Memoriolândia (no armazém)
- Minha filha, vai ali pegar um litro de leite.
Seis da manhã, eu não sou ninguém neste horário. E lá fui eu, toda sonolenta, buscar o bendito leite. E no balcão do armazém...
- Moça, eu quero...
- Um pão de sal, por favor.
Fui interrompida por uma mulher que ignorou a minha existência, abusou da falta de educação e, o que é pior, tudo isso às seis da manhã.
- Aqui, senhora.
E foi atendida prontamente pela funcionária que também resolveu me ignorar. Tudo isso às seis da manhã.
- Obrigada.
E saiu. Que vontade de gritar pelo meu direito de não ser passada para trás, mas eu estava com muito sono e me contentei somente em fazer o meu pedido. Já em casa...
- Menina, o que é isso?
- Ôche, mãe, eu comprei o que a senhora pediu.
- Menina, eu pedi um litro de leite e você me traz um quilo de sal?
- Mas, mãe...
- O que é que eu vou fazer com um quilo de sal a essa hora da manhã?
- É que...
Tentei explicar o que se passou no armazém. Em vão.
- Volte lá e devolva.
Tive que voltar e enfrentar a vergonha de dizer a mulher do armazém que o que eu queria era um litro de leite, não um quilo de sal...
- ... e quando a mulher pediu um pão de sal, eu me embananei toda, aí já viu, né?
A mulher fez a troca e sorriu. Eu já estava no meio da rua quando ela gritou:
- Se ao menos fosse pão de leite!
E deu uma gargalhada bem alta.
image:http://jornalsportnews.blogspot.com.br/2013/05/ilheus-terra-de-todos-nos-entregaram-um.html
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